terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ui - Anvisa mira PDV de cigarros em consulta pública






Texto publicado mmonline.




O que vocês acham?







Agência Nacional de Vigilância Sanitária propõe restrições mais severas às marcas nos pontos-de-venda ameaçando investimentos de R$ 200 milhões por ano.







A Anvisa colocou em consulta pública nos últimos dias de 2010 a proposta de criação de novas e mais severas restrições à comunicação das marcas de cigarro nos pontos-de-venda. O órgão ouvirá manifestações da sociedade até o próximo dia 31 de março, mas o mercado já se movimenta para defender a última trincheira da indústria tabagista no terreno da comunicação, após uma década de vigência da lei que proíbe o uso da mídia.





As ações de PDV são hoje o principal canal de comunicação da indústria com seu público e representariam no Brasil investimentos da ordem de R$ 200 milhões por ano, contando pesquisas, criação e produção de materiais. Os displays e mobílias das fabricantes são fornecidos para mais de 260 mil estabelecimentos comerciais. A estimativa informal é de executivos ligados às duas principais empresas do setor, Souza Cruz e Phillip Morris, que juntas faturaram R$ 13 bilhões em 2010, dos quais R$ 8 bilhões ficaram com o governo na forma de impostos.








Já o mercado ilegal é estimado em cerca de R$ 4,4 bilhões por ano, ou seja, 27% do total que deixa de arrecadar por ano R$ 2 bilhões em impostos.A proibição da publicidade do cigarro na mídia, em 2001, praticamente inviabilizou o lançamento de novas marcas e forçou as empresas do setor a concentrar esforços nas marcas já conhecidas do grande público e com o recall herdado dos tempos de veiculação. Com a perda de força das marcas regionais, a British American Tobacco (BAT) – controladora da Souza Cruz – e a Phillip Morris tem adotado a estratégia nos últimos anos de concentrar os esforços em marcas globais, que em grande parte dos casos substituem as locais.






Um dos casos é a progressiva extinção da marca Carlton, incorporada pela Dunhill, com a comunicação 100% baseada em ações nos pontos-de-venda, criadas pela G2. No caso da Phillip Morris, a internacional Marlboro vem sendo introduzida nas embalagens de diversas marcas comercializadas no Brasil, inclusive as lights e mentoladas como Galaxy.





No entendimento do mercado, o banimento da propaganda beneficiou o comércio ilegal de cigarros, processo que seria ainda mais acentuado caso a proibição se estenda ao PDV. Além das agências que deixariam de ter essas rentáveis contas, como Ogilvy Action e DPZ, o impacto na cadeia produtiva preocupa também setores como a Federação Brasileira de Bares, Restaurantes e Hotéis (FBRH), presidida pelo empresário Alexandre Sampaio e representante de cerca de 80 mil estabelecimentos, incluindo lojas de conveniência em postos de gasolina.





Além das vendas de cigarros representarem entre 14% e 30% das vendas desses estabelecimentos, os displays e outros equipamentos fornecidos pelas empresas tabagistas são um importante componente na estrutura das lojas. “Os displays têm dupla função, pois além de acomodarem o mostruário, primam pela decoração e suavização dos ambientes”, explica Sampaio. Para ele, a Anvisa vem tratando a questão de forma autoritária. A Fecombustíveis, entidade que representante as empresas distribuidoras de combustíveis, também integra a frente contra a ação da Anvisa, em função da importância das lojas de conveniência na estrutura de negócios dos postos.





As principais medidas propostas pela Anvisa para restringir as ações de PDV de cigarros são as seguintes:-Colocação de um novo alerta sobre os riscos do tabagismo na embalagem de todos os produtos fumígenos derivados do tabaco, além dos demais já existentes. Neste novo alerta, seria inserida a condição de tabagismo como doença, além de avisos sobre a possibilidade de tratamento: “Tabagismo é doença. Você tem direito a tratamento – Disque Saúde 0800 61 1997”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.